O Sacramento da Reconciliação - VI

quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Seguindo o roteiro proposto pelo Catecismo da Igreja Católica, vamos continuar nossa apresentação do Sacramento da Reconciliação. Neste artigo, para simplificar, vamos fazê-lo em modo de perguntas e respostas.

Quem é o ministro deste Sacramento?

Jesus deu a toda a Igreja o poder de perdoar os pecados: “Em verdade vos digo: tudo quanto ligardes na terra será ligado no céu e tudo quanto desligardes na terra será desligado no céu” (Mt 18,18). É ela que é ministra da reconciliação. Mas, nesta Comunidade, é o Bispo, como sucessor dos Apóstolos e Pastor da Igreja, quem tem primariamente o poder e a autoridade de perdoar os pecados em nome de Cristo e da Igreja. Pelo sacramento da Ordem, ele recebeu este poder em nome da Igreja toda (cf. Jo 21,22). Este poder – que é um serviço ao desígnio do Pai de reconciliar a humanidade com ele pelo Filho no Espírito – o Bispo compartilha com os presbíteros (= padres), que receberam também o sacramento da Ordem no grau de sacerdotes. Os diáconos não são um grau sacerdotal. Por isso não podem absolver os pecados. Por isso mesmo também devem manter-se de joelhos durante a consagração na Missa e devem receber a comunhão eucarística das mãos do celebrante (do Bispo ou do sacerdote).
É importante compreender que o padre não é dono do sacramento da Penitência; é ministro (= servidor): ele somente pode perdoar em nome de Cristo e da Igreja. Então, não pode extrapolar o poder a autoridade que a Igreja lhe concedeu. Não pode, por exemplo, perdoar um pecado em condições que a Igreja o proíba de perdoar! Tal perdão seria sacramentalmente inválido! Também deve ficar claro que é o Bispo o único que na sua Diocese deve disciplinar a prática do sacramento.
Finalmente, ainda em relação aos ministros, eles estão sujeitos à lei do sigilo sacramental. Jamais, direta ou indiretamente, o confessor pode revelar algo que ouviu em confissão. Mesmo que não seja pecado, se a informação foi obtida no sacramento, não pode ser utilizada. Um confessor que viole este sigilo está sujeito a severas penas.

Quais os efeitos deste Sacramento?

Recordemo-nos que o pecado é uma ruptura da comunhão com Deus que nos desarruma interiormente e nos faz também romper com os irmãos na fé. O pecado provoca sempre uma ferida não só em nós mesmos, mas também em todo o Corpo de Cristo, que é a Igreja: eu me torno um membro ferido do Corpo de Cristo, prejudicando todo o Corpo do Senhor.
Assim, o perdão nos restitui a amizade de Deus, a sua graça em nós, dando-nos a verdadeira paz interior, sendo uma verdadeira ressurreição espiritual. É importante notar que essa paz é dada mesmo quando eu não a sinto de modo sensível. Há pessoas que dizem: “Eu não me senti perdoada!” Está errado: se a confissão foi sincera, o perdão está dado e a pessoa, perdoada, mesmo que não sinta. Se a pessoa não confessou com sinceridade ou escondeu pecado, mesmo que se sinta perdoada, o perdão não está dado! Não se trata, portanto, de sentimentos, mas da realidade do Sacramento, que é ação de Cristo e da Igreja.
O Sacramento também nos reconcilia com a Igreja, comunhão dos irmãos em Cristo, de quem o pecado nos separa. Assim, eu me torno mais forte, pois novamente estou em comunhão com meus irmãos e com a vida da Igreja, que é dada na Palavra do Senhor e nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia. É importante notar ainda que a Reconciliação fortalece também a Igreja, pois cada membro seu que é curado de seu pecado fortalece todo o Corpo de Cristo. Nenhum pecado e nenhuma graça são totalmente individuais, mas têm repercussão na Igreja toda!
A Reconciliação é também, em certo sentido, uma antecipação do juízo do Senhor, dando-me a oportunidade de escolher entre a vida e a morte já agora! Além do mais, ajuda-me muitíssimo a que me mantenha unido ao Senhor pela atenção da minha consciência, pelo cuidado em vigiar para não mais pecar. O sacramento deixa-me mais forte no combate contra o pecado e minhas más tendências!

Com que freqüência devemos buscar a Confissão?

A Igreja pede que pelo menos uma vez ao ano, na Páscoa do Senhor, nos confessemos e comunguemos. Aqui é necessário deixar bem claro que isto é o mínimo que se pede! Quem ama não dá o mínimo; procura dar o máximo. Assim, para um cristão consciente e que deseja ter uma vida cristã séria, seria bom confessar-se ao menos três vezes ao ano: pelo Natal, pela Páscoa e mais uma vez, entre a Páscoa e o Natal.
Não nos esqueçamos que sempre que cometemos algum pecado mais grave é necessário recorrer ao Sacramento!

A



 

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